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UFRJMar 2025 leva ciência e cultura para Paraty

Maior e mais antigo projeto de extensão da UFRJ contou com a participação de 32 oficinas e recebeu mais de 1.500 estudantes da cidade costeira

Por Clara Kury – Setor de Comunicação da Decania do CT

Entre os dias 19 e 21 de agosto, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) realizou, em Paraty, a 23ª edição do festival UFRJMar, o maior e mais antigo projeto de extensão da universidade. O evento ocorreu no Colégio Estadual Engenheiro Mário Moura Brasil do Amaral (Cembra) e na Praia do Pontal para os estudantes da cidade. A expectativa de público foi de cerca de 1.500 alunos da rede pública e privada.

Na cerimônia de abertura, estiveram presentes: Marcos Soeiro, capitão-tenente da Marinha e representante da Capitania dos Portos de Paraty; Cássia Cristina Pacheco, Secretária de Educação de Paraty; Jerônimo Ennes, Secretário de Esportes; Leonardo Silva, Diretor do Cembra; Felipe Addor, Diretor do Núcleo Interdisciplinar para o Desenvolvimento Social (Nides/UFRJ); e Hélio de Mattos, professor da Faculdade de Farmácia, representando o decano do Centro de Tecnologia, professor Walter Suemitsu.

Cerimônia da abertura do UFRJMar 2025. Foto: CT

Durante o evento, o professor Felipe Addor destacou: “Temos o desejo de aproximar a universidade do interior do estado. O UFRJMar só acontece porque todos os envolvidos acreditam nesse sonho de tornar a universidade cada vez mais acessível e popular.”

As oficinas do festival começaram no dia 20 de agosto, das 8h às 17h, transformando o Cembra e a Praia do Pontal em espaços de muito aprendizado e troca de conhecimento. Foram 32 oficinas, com a participação de cerca de 40 professores e 150 estudantes de graduação e pós-graduação, abordando temas que iam da química à música.

Oficina Mundo Químico do Instituto de Química da UFRJ. Foto: CT
Oficina Paródia Musica da Escola de Música da UFRJ. Foto: CT

Rosana Torres, uma das organizadoras, destacou a ampliação do alcance do evento.“Este ano conseguimos trazer alunos de escolas mais distantes, como os da Praia do Sono e da Ilha do Araújo. Para isso, foi necessário o uso de barco e ônibus até o Centro Histórico. É a primeira vez que esses estudantes participam do UFRJMar e ficamos muito felizes em recebê-los.”

Oficina Waterball do projeto de extensão Faz e Acontece da EEFD/UFRJ. Foto: CT

Entre as experiências, o estudante Lucas Barroso, do curso de Engenharia de Alimentos da Escola de Química, participou da oficina sobre o uso de algas na gastronomia.”Trabalhamos com a Kappaphycus alvarezii, cultivada na baía da Ilha Grande e que pode ser usada na gastronomia e cosméticos. No campo da gastronomia, desenvolvemos um manjar de coco em que o creme de leite é substituído pela alga, resultando em uma versão vegana, mais saudável, mas com a mesma consistência e sabor.”

Já Kayllani Sampaio, do projeto de extensão “Caiu na rede, é peixe”, do Instituto de Biologia da UFRJ, falou sobre a oficina.“Trouxemos espécimes de peixes de água doce e salgada para ensinar às crianças mais sobre os animais presentes aqui na costa de Paraty. Os alunos nos contam os nomes populares pelos quais os peixes são conhecidos na região.O projeto UFRJMar é único porque proporciona uma troca entre conhecimento científico e popular, essa experiência permite enriquecer o nosso aprendizado também.”

Oficina Caiu na rede, é peixe da Instituto de Biologia da UFRJ. Foto: CT

Na noite do dia 20, houve ainda um cine-debate, promovido pela Universidade da Cidadania, ligada ao Fórum de Ciência e Cultura da /UFRJ, com a presença da deputada estadual Dani Balbi. A exibição do filme “Saneamento Básico”, de Jorge Furtado, gerou discussões sobre o engajamento comunitário e sobre o fazer cinematográfico.

O último dia do festival contou com mais oficinas e um encerramento especial, marcado pelo lançamento do livro “UFRJMar, a história contada por vários olhares”. A obra reúne relatos de professores e coordenadores que ajudaram a construir e consolidar o projeto desde sua primeira edição e presta homenagem ao professor Fernando Amorim, Professor da Escola Politécnica e idealizador do festival, que faleceu em 2012. A versão digital da obra está disponível aqui

Lançamento do livro “UFRJMar, a história contada por vários olhares” na cerimônia de encerramento do UFRJMar 2025. Foto: CT

A cerimônia de encerramento também contou com a participação de Almir Tã, artesão, poeta e voz política caiçara. Almir relembrou sua trajetória e sua presença nos mais de 20 anos de UFRJMar.

Almir Tã artesão, poeta e voz política caiçara durante sua apresentação no encerramento do evento. Foto: CT

O desfecho do festival ficou por conta do espetáculo de dança “Bumbás: festa e encanto”, criado pela professora Ana Lúcia Coelho, da Escola de Educação Física e Desportos (EEFD/UFRJ). A apresentação trouxe músicas e coreografias inspiradas na história indígena e negra do Brasil. “Queremos contar, por meio da dança e da música, a história dos bois-bumbás, fruto da mistura cultural entre povos indígenas e comunidades negras da Amazônia. É uma alegria estar aqui.”, declarou Ana Lúcia.

Espetáculo de dança “Bumbás: festa e encanto”, criado pela professora Ana Lúcia Coelho da EEFD da UFRJ. Foto: CT

Ao final, representantes da prefeitura de Paraty reforçaram a importância da parceria com a UFRJ. O Secretário de Esporte e Lazer, Jerônimo Ennes, afirmou que “Essas parcerias são fundamentais para oferecer às crianças novas experiências e estimular diferentes formas de aprendizado. O evento proporcionou conexões que podem abrir novos horizontes, só temos a agradecer. Temos ainda três anos de trabalho em conjunto com a UFRJ e queremos fortalecer cada vez mais esse evento em Paraty.”

Já a Secretária de Educação, Cássia Pacheco, completou: “Este ano conseguimos ampliar o engajamento, trazendo inclusive alunos de comunidades costeiras mais distantes. Foi um grande sucesso e agradecemos à UFRJ por proporcionar esses momentos únicos aos nossos estudantes.”