12ª edição da Semana da Consciência Negra no CT: valorização da população negra na construção do país

Evento homenageou nomes que superaram o racismo e são destaque em seu meio de atuação 

Por Rebecca Henze – Setor de Comunicação da Decania do CT

Na última quarta-feira (27/11), o Centro de Tecnologia (CT) da UFRJ promoveu a 12ª Semana da Consciência Negra com o objetivo de valorizar a importância da população negra na construção da sociedade brasileira e homenagear pessoas, que mesmo em meio ao racismo, superaram as dificuldades e se destacaram em seu meio de atuação. O evento é organizado pela Comissão Interna de Eventos da Decania do CT há doze anos consecutivos, foi realizado online durante o período da pandemia do Covid-19.

“Atualmente as universidades têm criado vários grupos anti racismo nos diversos cursos oferecidos, reforçando a luta da população negra brasileira por conquistas e direitos igualitários. Com a Superintendência-Geral de Ações Afirmativas, Diversidade e Acessibilidade (Sgaada), criada na gestão da nova Reitoria da UFRJ, começamos a vislumbrar conquistas na universidade”, conta Josete Lima, organizadora do evento. 

A mesa de abertura contou com a presença de Vanda Borges, Diretora de Gestão de Pessoas da Coppe/UFRJ; Sandra Batista, da Sgaada; Andréa Salgado, vice-diretora da Escola de Química/UFRJ; Nedir do Espírito Santo, vice-presidente da AdUFRJ; Marli Rodrigues da Silva, Sintufrj; e Walter Suemitsu, Decano do CT; que destacaram a importância do evento. “A participação de alunos negros na universidade cresceu devido ao sistema de cotas, hoje mais de 60% dos estudantes são negros, as representações negras na UFRJ aumentaram e a criação Sgaada foi aprovada por unanimidade pelo Consuni para promover ações afirmativas e promover a igualdade.

Vanda Borges (Coppe/UFRJ), Sandra Batista (Sgaada), Andréa Salgado (Escola de Química/UFRJ), Nedir do Espírito Santo (AdUFRJ), Marli Rodrigues da Silva (Sintufrj) e Walter Suemitsu (Decano do CT) – Foto: CT

A abertura do evento contou com uma atividade do Grupo Comunidança da Escola de Educação Física e Desportos (EEFD), que falou um pouco sobre a história do Hip Hop e ensinou ao público alguns movimentos da dança. Em seguida, Washington Ferreira, Doutorando do Programa de Pós-Graduação em História das Ciências, Técnicas e Epistemologia da UFRJ e mestre de cerimônias do evento, coordenou as homenagens a Katya Gualter, Diretora da Escola de Educação Física e Desportos (EEFD/UFRJ); Luzia Araújo, chefe da Ouvidoria Geral da UFRJ e Ouvidoria da Mulher; Marcelo Dias, Diretor Cultural do Instituto de Pesquisa das Culturas Negras; Maria Soledade, vice-diretora do Núcleo de Estudos Afrobrasileiros e Indígenas (Neabi/UFRJ); Maurício de Oliveira Marins, técnico-administrativo em educação na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, e Vitor Matos, técnico-administrativo em educação do Núcleo Interdisciplinar para o Desenvolvimento Social (Nides/UFRJ). 

Grupo Comunidança da EEFD – Foto: CT

Luzia Araújo conta orgulhosa que foi a primeira mulher negra e Enfermeira a ingressar no Doutorado da Faculdade de Medicina e fala sobre os próximos desafios: “A luta, agora, é para empretecer a UFRJ e retirar o pensamento da entrada de serviço, parafraseando o samba enredo de 2022, do G.R.E.S. Beija-Flor de Nilópolis para que possamos nos tornar visíveis em cargos de liderança, que nos permitam traçar políticas que venham minimizar o racismo institucional.”

Luzia Araújo, chefe da Ouvidoria Geral da UFRJ e Ouvidoria da Mulher – Foto: CT

“Foi uma cerimônia onde os participantes homenageados puderam expor um pouco das suas trajetórias de forma inspiradora para os presentes, em retribuição ao reconhecimento oferecido pelo Centro de Tecnologia. Pessoalmente, fiquei extremamente feliz e honrado.”, conta Vitor Matos.

Maria Soledade agradeceu a oportunidade e contou como a homenagem a inspirou: “Acredito que a universidade pública tem um papel fundamental para promover diálogos horizontais, reabrindo o entusiasmo gerado pelo esforço coletivo. A homenagem reafirmou minha crença no poder da educação como ferramenta de transformação social e me impulsionou a continuar lutando por um futuro mais justo e igualitário.”

Maria Soledade, vice-diretora do Núcleo de Estudos Afrobrasileiros e Indígenas (Neabi/UFRJ) – Foto: CT

Maurício agradeceu a oportunidade de ajudar na luta anti racista na universidade: “Pra mim foi um momento emocionante e prazeroso, espero poder participar de mais eventos como esse e propagar a voz do povo preto.”

Washington conta que o evento promovido pelo CT se tornou um ícone na comunidade negra, e completa: “Celebrar a história, as lutas e as vitórias da população negra, marcada por resistência, resiliência e, acima de tudo, por uma busca incansável por justiça e equidade, uma história de superação, de criatividade e de luta”. O doutorando finalizou seu relato com uma frase de Martin Luther King Jr: “A injustiça em qualquer lugar é uma ameaça à justiça em todo lugar”.

Os homenageados pelo CT – Foto: CT