Desafio agora é recompor o acervo do Museu Nacional – 85% perdido no incêndio de 2018 – até a sua reconstrução total ser entregue em 2027
Por Igor Berrogain – Fonte: www.ufrj.br
Este 2/9, a cinco dias do Bicentenário da Independência do Brasil, marcou a entrega da fachada principal – totalmente restaurada – do Palácio de São Cristóvão, sede do Museu Nacional/UFRJ. O local passa por uma grande obra de restauração, coordenada pelo Projeto Museu Nacional Vive, com a cooperação da UFRJ, da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e do Instituto Cultural Vale, contando com o apoio financeiro do BNDES e patrocínio do Bradesco e da Vale.
A obra de restauração das fachadas e coberturas do Palácio – que segue até fevereiro de 2023 com um orçamento total de R$ 23,6 milhões – foi iniciada em novembro de 2021 e orientada pelas recomendações do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A fachada frontal foi restaurada nos últimos 10 meses com o trabalho de 150 profissionais. Já a reconstrução dos telhados desse bloco histórico segue sendo feita. Foram concluídas 70% das atividades contratadas para restaurar fachadas, coberturas e esquadrias do bloco histórico do Palácio.
Na coletiva de imprensa realizada no Museu Nacional na manhã desta sexta-feira, a reitora da UFRJ, Denise Pires de Carvalho, destacou a resiliência de quem ajudou a reconstruir o Museu Nacional logo após o incêndio. “Chorei quando vi as cinzas e agora choro pela realização da reconstrução deste museu. Agora nosso esforço deve ser pela recomposição do acervo e para entregar o Museu Nacional a toda a sociedade até 2027.”
Marlova Noleto, diretora e representante da Unesco no Brasil, emocionou-se com a reconstrução do Museu Nacional. “Desde o incêndio, em 2018, nós trouxemos a equipe da Unesco para ajudar o Museu Nacional. Reconstruir o Museu se reveste de grande simbolismo. O Museu Nacional vai continuar refletindo a diversidade do povo brasileiro e a valorização do conhecimento produzido pela humanidade.”
Alexander Kellner, diretor do Museu Nacional, reconheceu a complexidade para reconstruir o espaço e destacou a sua visão de futuro para a instituição. “Queremos ser um museu de história natural e antropologia inovador, sustentável e acessível para todos os grupos da sociedade. Dentro da nossa missão, queremos chamar atenção para a preservação do patrimônio histórico e científico do nosso país.”
O orçamento preliminar para a reconstrução do Museu Nacional/UFRJ é de R$ 380,5 milhões, com 64% do valor já captado. O planejamento para 2023 prevê a entrega da obra de reforma e ampliação da Biblioteca Central, a entrega do Campus de Pesquisa e Ensino e das fachadas e coberturas do bloco 1. Ainda em 2023, está prevista a conclusão das fachadas e coberturas dos blocos 2, 3 e 4 e o início das obras do Paço de São Cristóvão, do Anexo e dos jardins do Museu.