Outubro Docente 2023: promoveu discussão de temas do cotidiano do professor em sala de aula

Docentes do CT se reuniram para debater sobre como melhorar e se adaptar às novas demandas dos alunos

Por Rebecca Henze – Setor de Comunicação da Decania do CT

Organizado pela Coordenação de Integração Acadêmica do Centro de Tecnologia (CT) da UFRJ, a edição deste ano do Outubro Docente aconteceu nos dias 24, 25 e 27 de outubro. Adriana Rocha, diretora de Ensino da Escola Politécnica; Andréa Salgado, vice-diretora da Escola de Química e Elaine Vazquez, coordenadora Acadêmica de Graduação do CT ficaram à frente da mesa “Novo currículo da Engenharia: qual o impacto na sala de aula?”. Já Mônica Gomes e Marcio Neves, diretores da Superintendência Geral de Ações Afirmativas, Diversidade e Acessibilidade da UFRJ; e Wallace Moraes, professor do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS) da UFRJ e membro do Coletivo de Docentes Negras e Negros da UFRJ, coordenaram o debate sobre “Diversidade em sala de aula: o novo perfil dos estudantes da UFRJ”. O terceiro debate teve como tema “(Des) motivação dos estudantes: o que fazer?” e contou com a participação de Renan Finamore, coordenador de Extensão do CT; Richard Stephan, professor da Escola Politécnica; Camile Gonçalves, presidente do CAEng; e de Maria Alice Ferruccio, diretora adjunta de Carreira e Empreendedorismo da Escola Politécnica.

Elaine Garrido Vazquez, Coordenadora Acadêmica de Graduação e representante da Escola Politécnica, fez parte da preparação do evento e ressaltou os bons resultados no âmbito da organização: “A gente se reuniu para planejar o escopo do evento, os temas e definir os convidados. Toda a coordenação participou. A gente conseguiu convidar as diretoras de ensino, tanto da Escola Politécnica quanto da Escola de Química. Então, quanto à parte da organização, tudo ocorreu dentro combinado.”

Apesar do sucesso na preparação do evento, Vazquez não deu boas notícias em relação à adesão do público-alvo: “o Outubro Docente é voltado para o docente, não tinha o foco de ter alunos. Então, fica o sentimento de que poderia ter alcançado um maior número. Coordenei a mesa sobre a reforma curricular que abordou os novos caminhos, perspectivas e dúvidas. Os docentes presentes participaram de forma efetiva, ativa, apresentaram muitas dúvidas, fizeram muitas perguntas e deram muitas contribuições. Então, foi muito bom o momento, mas o número de participantes deixou muito a desejar.”

Mesa “Novo currículo da Engenharia: qual o impacto na sala de aula?” realizada no dia 24 de outubro – Foto: CT

O debate levantado na mesa sobre diversidade em sala de aula tratou  de assuntos como as dificuldades dos alunos cotistas, falta de referências negras nos currículos dos cursos da UFRJ e do CT, processo de heteroidentificação e racismo na universidade e gerou muito interesse por parte dos docentes presentes, que pediram mais encontros sobre o tema diversidade. 

“O mais importante é que a gente chegue a uma sociedade onde a cor da pele não faça diferença”, apontou o Professor Wallace Moraes, que encabeça um movimento de reforma curricular para inserir referências negras.”

Debate sobre a “Diversidade em sala de aula: o novo perfil dos estudantes da UFRJ” – Foto: CT

A mesa também  trouxe a reflexão acerca do novo perfil dos estudantes do CT e esclareceu questões sobre o processo de cotas para o ingresso na universidade. Além disso, foram tiradas dúvidas sobre o processo de heteroidentificação e expostos casos de racismo cotidiano no campus. Foi firmada uma mensagem final sobre a importância de ouvir os Coletivos Negros na Universidade, e torná-los mais atuantes no processo de tomadas de decisões. Juliana Loureiro, a Coordenadora de pós-graduação do CT foi a responsável por guiar essa conversa.

Renan Finamore, Coordenador Acadêmico de Extensão do CT, também participou da organização e foi um dos mediadores do evento. O docente aproveitou para parabenizar a escolha dos temas, ao mencionar que o espaço é uma oportunidade de os professores debaterem sobre assuntos que dizem respeito à rotina da sala de aula: “O debate aconteceu apesar de uma participação mínima dos docentes, gostaria que os professores engajassem mais nesse tipo de discussão. A gente verifica que ainda há muitas incertezas e muitas dúvidas sobre o contexto pós-pandemia. Esse retorno ao presencial ainda tem apresentado muitos desafios”. E completa: “Eu acho que a gente ainda não digeriu isso e é importante que os professores debatam e conversem mais sobre esses problemas com intuito de apresentar ou construir encaminhamentos para que a gente possa resolver esses problemas existentes”. 

Os convidados desta mesa destacaram que as causas para a desmotivação são múltiplas, tornando a busca de soluções mais complexa. Apontaram ainda que há necessidade de aumentar o diálogo entre os estudantes e os professores, promover a avaliação docente e acompanhar os egressos do CT.

Renan Finamore, Richard Stephan, Camile Gonçalves e Maria Alice Ferruccio discutiram o tema “(Des) motivação dos estudantes: o que fazer?” – Foto: CT

O Outubro Docente deste ano registrou um crescimento no número de participantes quando comparado à edição de 2022. A Coordenação de Integração Acadêmica já discute medidas que propiciem uma maior adesão dos docentes para a próxima edição do evento, visto que os espaços de discussão sobre o dia a dia da prática docente ainda é um projeto em construção na comunidade do CT.