Nova metodologia

Sistema Alarmes muda para aumentar a precisão no sensoriamento remoto de incêndios na natureza

Por Sidney Coutinho – Fonte: www.ufrj.br

Adotado amplamente para o controle de áreas queimadas e incêndios florestais, o Sistema ALARMES/UFRJ mudou. Para aumentar a precisão no sensoriamento remoto, um cruzamento de dados históricos com os de dados recentes, reduziu de 30% para menos da metade a margem de erro. Atualmente, quase 60% do território nacional sofre com a seca e com incêndios florestais, algo inédito na história. A alteração do quadro depende de um conjunto de fatores e o sistema é só uma ferramenta que pode ajudar a evitar e controlar a expansão das chamas.

De acordo com a professora Renata Libonati, que coordena o Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (Lasa) do Departamento de Meteorologia da Universidade e responsável pelo sistema Alarmes, a nova metodologia vem sendo testada e utilizada internamente desde maio. “Os dados eram repassados quando alguma instituição demandava para atuar na gestão das ações de planejamento e combate ao fogo. Todavia, a falta de recursos financeiros impedia que o site do próprio sistema fosse atualizado, o que só foi possível na última segunda-feira (16/9)”, disse.

É impossível eliminar os focos de incêndio que acontecem mediante uma complexa interação de fatores meteorológicos, físicos, biológicos, ecológicos, econômicos e sociais. Todavia, é crucial ter uma ferramenta de alerta ágil sobre o avanço da extensão da área afetada, como é o sistema Alarmes, para compreender melhor o comportamento e a evolução das chamas através de um monitoramento consistente para reduzir as lacunas no gerenciamento, preparação e resposta aos incêndios.

Renata Libonati explicou que a mudança na metodologia possibilita reduzir na operação diária de mapeamento os denominados “falsos alarmes” e as omissões. Ela justificou que há locais onde a capacidade de sensoriamento é restringida pela disponibilidade e qualidade das imagens, intensidade e tamanho do fogo, presença de fumaça e nuvens. “Por analogia, a alteração é como se fosse a troca de uma lente, que aumenta a acuidade visual”, destacou.

O caráter interdisciplinar do Lasa visa a compreensão integrada do sistema terrestre, das mudanças climáticas e seus impactos nos incêndios florestais, saúde humana e ecossistemas. O laboratório se dedica à pesquisa básica, mas também experimental e observacional, e ao desenvolvimento de novas aplicações do conhecimento de modelagem numérica e sensoriamento remoto no âmbito das Geociências.

Cinco professores e seis pesquisadores (doutores e mestres) formam a equipe do sistema Alarmes, além de pesquisadores associados de universidades públicas nacionais e internacionais, contribuindo para a formação acadêmica de estudantes de graduação e pós-graduação, englobando também bolsistas de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação, Iniciação Científica, Mestrado e Doutorado, contribuindo para a capacitação e formação de jovens pesquisadores.

Veja a nota técnica publicada sobre as alterações no sistema.