Decania do CT promoveu evento em prol do cuidado com a saúde mental
Por Rebecca Henze – Setor de Comunicação da Decania do CT
A Comissão Interna de Eventos da Decania do Centro de Tecnologia (CT) UFRJ promoveu a atividade online Setembro Amarelo: valorização da vida na última quarta-feira (18/9). O evento foi mediado pela Beatriz Miyata, psicóloga vinculada ao Centro de Acolhimento e Suporte Acadêmico – Projeto Casa – da Escola Politécnica da UFRJ, em parceria com a Escola de Química e com colaboração da Coordenação de Integração Acadêmica do CT.
Após a mediadora contextualizar historicamente a criação da campanha e a sua importância para a sociedade, a psicóloga clínica Natália Gonçalves apresentou dados e reflexões sobre os motivos que levam alguém a cometer suicídio, inlcuindo alguns sinais de alerta para familiares. Na sua fala, Natália mostrou a importância de sabermos lidar com as nossas emoções ao longo da vida e como ajudar um amigo ou familiar que apenas precise ser ouvido por um amigo. Ela ainda deu dicas de como oferecer assistência e citou estigmas que podem atrapalhar o acompanhamento de pacientes em situação de risco.
O neuropsicólogo Lucas Maia abordou o lado clínico do acolhimento e citou os fatores médicos que contribuem para aumentar o risco de suicídio: doenças crônicas, dores crônicas, isolamento social e abuso de substâncias químicas. Além disso, ele identificou alguns sinais que servem de alerta para pessoas próximas ao paciente como, por exemplo, as falas suicidas. O neuropsicólogo concordou com Natália Gonçalves ao falar sobre a empatia com o paciente, e a escuta ativa como fator primordial para a ajuda. Ele mostrou que deve ser montado um protocolo de avaliação de risco, segurança e acompanhamento em parceria com as pessoas em tratamento, além de capacitar equipes nas unidades de saúde para receber esses pacientes. Finalizou sua fala mostrando a necessidade dos cuidados após a alta e programas de prevenção ao suicídio.
Pretta Gonçalves, que já atuou na Subsecretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos de Seropédica, trouxe um olhar sobre a necessidade de implementação de políticas públicas voltadas para a saúde mental. “O estado de bem estar que permite às pessoas desenvolverem suas atividades pessoais, lidarem com os desafios da vida e se recuperarem do estresse rotineiro” é a definição de saúde mental da Organização das Nações Unidas (ONU). Pretta trouxe dados sociais relacionados às taxas de suicídio e ressalta que devemos ver o suicídio como problema social. De que forma o Estado pode dar assistência apropriada a essas pessoas? Até que ponto a nossa sociedade é um fator de risco para o suicídio? “Isso é um fenômeno social que precisa ser estudado, com recortes de gênero, cor, remuneração etc.”
No último bloco do evento, os três convidados debateram com a mediadora as informações, números e reflexões apresentados, concluindo que é função da sociedade prover ajuda aos suicidas.
Para Josete Lima, organizadora do evento, fala sobre a importância da atividade. “A campanha setembro amarelo começou em 2015. Por estarmos numa instituição federal de ensino, procuramos debater e informar ao corpo social sobre a preocupação com saúde mental, entre os Técnicos-administrativos em Educação existem muitos servidores que acumulam conflitos nos setores de trabalho provocando problemas à saúde mental. No encontro da semana passada, tive a preocupação em convidar palestrantes com diferentes abordagens, mas que acabam falando sobre o assunto em suas diversas visões: o clínico, o psicológico e a assistente social.
A atividade está gravada no canal do CT no YouTube, assim quem perdeu a transmissão ao vivo, pode assistir ao evento na íntegra acessando https://bit.ly/youtubedoct.