Cerca de 90 pessoas acompanharam o evento presencialmente no auditório do campus
Por Julia Silva – Fonte: www.ufrj.br
Na manhã de terça-feira, 18/4, os candidatos a reitor e vice se reuniram no auditório do campus Geraldo Cidade, em Duque de Caxias, para mais um debate eleitoral. O evento foi transmitido de forma online pelo canal oficial da UFRJ no YouTube e está disponível na íntegra. Assista:
Por pouco mais de duas horas, as duas chapas debateram temas importantes para a Universidade e fizeram considerações sobre seus planos de governo. As chapas que concorrem ao próximo mandato de quatro anos da Reitoria são:
- Chapa 10 — UFRJ para Todos: Autonomia, Inclusão e Inovação, com Roberto Medronho como candidato a reitor e Cássia Turci como vice.
- Chapa 20 — Redesenhando a UFRJ: Democracia, Autonomia e Diversidade, com Vantuil Pereira como candidato a reitor e Katya Gualter como vice.
O debate, mediado por Eduardo Mach, presidente da Comissão Coordenadora da Pesquisa (CCP), foi dividido em quatro blocos. No primeiro, as chapas tiveram dez minutos para apresentar suas propostas de trabalho.
Após sorteio, a chapa 20 iniciou o debate com o professor Vantuil Pereira: “Queria dar uma saudação especial aos colegas de Duque de Caxias, colegas que eu tenho uma identificação em razão de ser do interior. Embora Caxias não seja interior, Caxias faz parte de uma política de interiorização da Universidade e eu tenho compromisso com essa política porque venho do interior e sei da importância da Universidade em espaços como esse, fora do centro do Rio de Janeiro. Eu queria iniciar a minha fala apontando a importância desse momento político brasileiro, e sobretudo para a necessidade de a gente pensar a Universidade Federal do Rio de Janeiro em novos paradigmas. Nesse sentido, nós nos colocamos como oposição à atual Reitoria, representada aqui pela outra chapa”.
Em seguida, Roberto Medronho, da chapa 10, apresentou-se: “Quero dizer aos senhores que a UFRJ é minha vida, e a minha vida é UFRJ. Minha dedicação é exclusiva à UFRJ e será eterna. Eu sairei tão somente na expulsória, não ficarei um minuto sem ter a UFRJ no meu dia a dia”.
Sobre o campus de Caxias, o candidato fez questão de destacar: “Os cursos criados aqui foram cursos criados pelo CCS e CCMN. Nós não temos nenhum curso da área de Humanas nem em Macaé, nem aqui no campus de Caxias. E aqui, com o desenvolvimento econômico-social, é fundamental nós criarmos cursos para a área de Humanas. Sobre as precariedades, a UFRJ tem uma dívida enorme com o campus Duque de Caxias, o que ao longo do debate nós procuraremos elencar”.
No segundo bloco do debate, foram sorteadas quatro temáticas importantes para a instituição: Políticas de Extensão Universitária; Políticas Antirracistas e Enfrentamento às Violências de Gênero, Raça, Assédio e Demais Opressões; Políticas para Educação Básica e sua Vinculação com o Ensino, Pesquisa e Extensão; e Políticas de Gestão, Infraestrutura e Segurança.
Já no terceiro bloco, os candidatos responderam a perguntas sorteadas, escritas pelo público e por docentes, técnicos e estudantes. No quarto e último bloco, os candidatos trocaram perguntas entre si. Medronho indagou como a chapa 20 pretende apoiar o campus Duque de Caxias para fortalecer os programas de pós-graduação e pesquisa nos próximos quatro anos.
“A questão de Caxias, da pós-graduação, a primeira coisa é a gente ter um apoio claro em relação a Caxias, nos programas de pós que a gente tem aqui. Inclusive programas que têm uma característica muito interessante, que são articulados com outros institutos como Inmetro e INCC. É preciso a gente apoiar essas iniciativas e é preciso a gente ter uma presença clara da PR-2 nesse apoio. A PR-2 não pode jogar a questão só para os programas. Ela tem que ter uma atuação clara, inclusive naqueles programas que estão em vias de subir de nota; tem que ter um acompanhamento claro para fazer com que o programa suba de nota. E esse acompanhamento não é incentivo, é estabelecer um diálogo desses programas com outros programas não só da área de saúde, porque troca de experiências não acontece só com programas da mesma área, mas com outras áreas”, respondeu Vantuil. Segundo o candidato, é necessário fazer uma política de indução de programas de pós-graduação: “A discussão para mim mais importante é a Reitoria estar aberta a discutir possibilidades. (…) É preciso fazer uma articulação também na pós-graduação de prospecção, por exemplo, na área de meio ambiente. Nós temos aqui do lado uma Petrobras e precisa ser construída a parceria. Então, são questões que a gente entende como importantes”.
Em seguida, a chapa 20 questionou: “No nosso entendimento, a decisão do Consuni referente à progressão e promoção docente retira direito dos professores. Por esse motivo, o professor Vantuil, integrante da chapa 20, votou contrariamente à resolução. E nós, da chapa 20, somos favoráveis à revisão imediata da mesma. Por que vocês, da chapa 10, votaram em favor da retirada dos direitos dos docentes?”
De acordo com Medronho, um reitor não revoga uma resolução do Consuni. “Só se ele for um ditador. Só o que revoga a resolução do Consuni é o próprio Consuni através do debate amplo e democrático com todos. Isso é muito importante. Nós respeitaremos a decisão dos órgãos colegiados. Nós precisamos ter como prática, mesmo quando os nossos posicionamentos não são aqueles que venceram. Nós aceitaremos democraticamente o que a maioria decidir; agora, obviamente que precisamos discutir e reajustar erros cometidos eventualmente. Houve um entendimento da nossa Procuradoria, e nós temos um problema muito sério com as nossas procuradorias. Nós precisamos que nos digam como devemos fazer, e não o que deve ser feito.”
As eleições para reitor acontecerão entre os dias 25 e 27 de abril.
Acompanhe o especial Eleições UFRJ 2023 e fique por dentro do processo de sucessão da Reitoria da maior universidade federal do país.
Você pode encontrar o programa de gestão de cada chapa aqui.
*Sob supervisão do jornalista Victor França.