Compreender os fatores que levam à violência de gênero é o primeiro passo para mobilizar a sociedade para o enfrentamento do problema.
Por Comunicação/CT
O isolamento social imposto pela pandemia do Covid-19 desde março fez o número das denúncias de violência contra a mulher disparar e deixar de ser assunto para ser resolvido entre quatro paredes. Cada vez mais a sociedade está atenta para questões da violência doméstica que envolve mulheres, adolescentes, crianças e outros vulneráveis entre suas vítimas.
Sensível ao tema, o Centro de Tecnologia da UFRJ promoveu em julho a live “O aumento da violência doméstica em tempo de pandemia” que contou com a participação de Débora Rodrigues, Delegada Titular da Delegacia da Mulher do Centro do Rio de Janeiro; Cristiane Pereira, psicóloga da ONG Movimento de Mulheres de São Gonçalo e da coordenadora do Centro de Referência da Mulher da UFRJ, Marisa Chaves para debaterem o assunto. Após o evento e com os índices da violência contra a mulher cada vez mais alarmantes, surgiu a ideia de desenvolver uma campanha em parceria com o Centro de Referência da Mulher da UFRJ para mobilizar a sociedade contra a violência doméstica.
As peças trazem dados estatísticos, informações e orientações para as vítimas buscarem socorro durante a pandemia do Covid-19. Isoladas dentro de casa e tendo que conviver com o agressor, segundo a Secretaria Nacional de Política para Mulheres, nos dois primeiros meses da quarentena houve um aumento de 9% nas ligações telefônicas para os números 180 e 190.
O Núcleo da Defensoria Pública do Rio de Janeiro, que atende as mulheres em situação de violência através do número 129, foi procurado para prorrogar as medidas protetivas de urgência previstas na Lei Maria da Penha e para orientar sobre os direitos em relação à pensão e à partilha dos bens.
Os dados do Dossiê Mulher de 2019 apresentados pelo Instituto de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro apresentam um aumento significativo dos casos de feminicídio. A cada cinco dias uma mulher é vítima de feminicídio e 62% delas é morta dentro de casa pelo companheiro ou ex-companheiro no estado do Rio de Janeiro. E segundo o mesmo documento, durante o ano passado foram registrados 4.543 casos de estupro, sendo que 70% das vítimas que foram à delegacia fazer a ocorrência eram crianças e adolescentes e 44% dos agressores eram pessoas que conviviam com elas.
Compreender a interação dos fatores individuais que levam à violência de gênero é o primeiro passo para poder combater a violência, por meio da implementação de políticas públicas de prevenção e enfrentamento do problema.