“A vida é feita de diálogos”, foi o tema do debate que reuniu especialistas de psicologia para tratar da necessidade de estar atento aos sinais.
Por Rebecca Henze – Setor de Comunicação da Decania do CT
No último dia 20 de setembro, a Comissão Interna de Eventos da Decania do CT promoveu um encontro, no auditório G-122 do Fundão, em busca da valorização da vida. O debate com tema “Setembro Amarelo: A vida é feita de diálogos”, foi transmitido ao vivo no Youtube do Centro de Tecnologia e a gravação está disponível para consulta.
Soraya Sayão, do Núcleo Psicossocial Acolhe Coppe; Ricardo Teixeira, do Centro de Valorização da Vida (CVV); Mana Riente, do Instituto Pulsar; e Otília de Souza, Terapeuta especialista em Reprocessamento Generativo, foram os responsáveis por promover o diálogo.
Soraya abriu a sessão trazendo a história da campanha do mês do Setembro Amarelo, e passou a palavra para Ricardo, que mostrou a importância do voluntariado no CVV. Além de divulgar o 188 como número nacional de apoio emocional, proporcionado pelo Centro, o voluntário conta como qualquer um pode ajudar: “É um serviço gratuito, disponível para toda a sociedade, é um número de emergência e você pode ficar o tempo que precisar. O anonimato e o sigilo são os grandes pilares do CVV”.
“Muitas pessoas não demonstram que precisam de ajuda, se escondem. Mesmo não sendo profissional da área, temos nosso papel como seres humanos de ficar atento e de saber fornecer informações que possam ajudar. O CVV está nas redes sociais com o perfil @cvvoficial e quanto mais a gente se capacitar, maior a chance de ajudar”, Soraya complementa.
A psicóloga Mana Riente tomou a palavra e contou sobre doenças que podem levar ao suicídio: “Acontece com muita gente, a pessoa não se mata de fato, ela se deixa morrer, a depressão é julgada por muitas pessoas (…) e o corpo dá sinais de que precisa de ajuda. As pessoas têm medo da dor e fogem dela, a sensação que se tem é que com a morte acaba a dor, mas essa dor precisa ser falada. Ela é colocada o tempo todo por doenças mentais como rejeição, ansiedade, tristeza, pânico, problemas que parecem pequenininhos e se tornam enormes para essas pessoas”.
E complementou: “A gente está aqui para ajudar quem quer viver, mas muitas vezes não consegue. Independente das grandes doenças mentais como psicopatia, a gente só consegue ajudar se tiver empatia, ouvir com o coração. Quem está surtado ou psicoticamente comprometido não se mata, mas fica naquele jogo de vida horroroso, se deixa levar”.
Riente trouxe também as principais doenças que mais levam ao suicidio: depressão, ansiedade, baixa estima, tristeza, medo, dependência emocional, solidão, rejeição, ego desequilibrado, transtorno bipolar e falta de amor.
A última convidada a ter a palavra foi a terapeuta Otília, que trouxe os benefícios da Terapia de Reprocessamento Generativo (TRG) para a prevenção ao suicídio: “Não subestime problemas emocionais! A maioria das pessoas tentam esconder a sua dor, por ter vergonha de se mostrar fraco. O ser humano tem cinco dores inerentes que são geradas na sua primeira formação, mas também existem recursos para tirar o paciente deste quadro. O papel do terapeuta TRG é tirar a pessoa da dor”.
Otília mostrou que boa parte dos problemas mentais e sintomas que podem levar à depressão e ao suicídio, são consequências do que o ser humano passa nos primeiros anos de vida. A reprodução das crianças acerca dos comportamentos de seus pais, somados às dores acumuladas com o passar da idade é um dos maiores desafios para as terapias que buscam reverter doenças psicológicas.
Portanto, a terapia TRG traz a reestruturação do quadro emocional, tratando o inconsciente onde estão as raízes dos problemas emocionais que surgem na infância. Ao final, a moderadora Soraya abriu para perguntas da plateia, onde os palestrantes destacaram mais uma vez a necessidade de se estar atento aos sinais, os problemas podem ocorrer em qualquer idade, se não souber como lidar com conhecidos que passam por transtornos psicológicos e é preciso buscar ajuda especializada.