Doutorando da UFRJ recebe indicação ao Prêmio Jabuti 2025

Rafael Ris-Ala, autor de “Metodologia de Pesquisa em Engenharia de Software” compartilha sua jornada como autor e detalhes sobre seu livro

Por Clara Kury – Setor de Comunicação da Decania do CT

Rafael Ris-Ala, professor, autor e atualmente doutorando em Inteligência Artificial no Programa do Instituto de Computação da UFRJ em cotutela com a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), foi um dos indicados ao prêmio Jabuti 2025, o prêmio literário mais tradicional do Brasil. Seu livro, “Metodologia de Pesquisa em Engenharia de Software” foi lançado em 2 de janeiro de 2024 e, apesar de ser sua segunda obra publicada, é um destaque na área. Seus  orientadores nesta  jornada foram a professora Adriana Vivacqua, do Instituto de Computação da UFRJ, e o professor Hugo Paredes, da UTAD.

Rafael Ris-Ala, doutorando em Inteligência Artificial no Programa do Instituto de Computação da UFRJ em cotutela com a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) – Foto: Acervo pessoal

“Eu sou muito grato pela colaboração da minha orientadora da UFRJ e também do meu co-orientador da UTAD. Sou grato pelas oportunidades de demonstrar e contribuir em diversos projetos de pesquisa de cunho internacional. E também ao Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC) por proporcionar essa interação com novos alunos do mestrado e do programa de orientação acadêmica, estágio e orientação acadêmica.”

Em entrevista, o autor revela que uma de suas principais motivações para escrever este livro vinha da vontade de condensar informações e trazer clareza para o estudante. Não é que os materiais já existentes fossem ruins, de forma alguma, o que ele percebeu foi a existência de uma lacuna nesse mercado. Não existiam obras que trouxessem as partes teóricas e práticas juntas em um só livro. As informações vinham em conteúdos separados, o que acabava prejudicando o entendimento e engajamento do estudante. 

“Outros livros passavam essas instruções de forma confusa. Nós tínhamos livros que tratavam só da escrita; outros que tratavam do método a ser executado, que mesmo às vezes, passando as dicas de redação, isso não ficava explícito. O aluno precisa compreender se ele está executando aquilo ou isso.”

Além disso, para Rafael, realizar este trabalho significa não só prestar um auxílio para a comunidade acadêmica, mas também quebrar estigmas antigos que recaem sobre a área, isto é, provar que o estudo de métodos de pesquisa não é necessariamente uma tarefa maçante. 

“Então, ao perceber que outros autores só falavam do aspecto chato e, olha que eu li muitos livros para poder trazer essa reflexão, eu quis salientar o potencial que existe por meio da pesquisa particular. Você pode fazer algo que tenha orgulho de defender e criar” acrescentou o professor. 

Vale destacar que apesar da metodologia da pesquisa ser um tema recorrente e o livro contemplar diversas áreas, o autor dá um enfoque especial a parte de engenharia de software e traz algumas dicas valiosas para profissionais do setor. 

Como nem tudo são flores, o autor esclarece que o caminho até a publicação do livro também teve seus momentos difíceis. Um de seus principais desafios no processo de criação foi justamente estabelecer uma diagramação que fizesse sentido para o estudante e estivesse organizado de forma lógica e sequencial. Trazer essa didática provou ser a parte mais desafiadora, entretanto, com muito esforço, Rafael conseguiu ultrapassar esse obstáculo e reunir todos os seus desejos, trazendo diversas referências e esquemas visuais com cores distintas. 

“A escrita do livro foi um processo de muita dedicação, muita imersão, porque já existe uma literatura que cobre o assunto. Porém, se você perceber, houve muito empenho para trazer aspectos visuais, com esquemas e desenhos, tudo para facilitar a compreensão dos estudantes”, complementa o escritor. 

Passada a parte mais árdua dessa jornada, os esforços de Rafael foram recompensados com a tão almejada indicação ao prêmio Jabuti 2025. Segundo ele, seu objetivo inicial era realmente preencher essa lacuna existente no mercado para atender aos estudantes da área, contudo, a indicação foi uma surpresa feliz e muito bem vinda. 

“Eu estou muito feliz por estar concorrendo. É uma gratificação muito grande, porque não é qualquer obra que é indicada. Ainda temos algumas etapas adiante, como a banca do júri. Mas estamos muito contentes, até pela recepção de amigos, professores e alunos. Já é uma conquista muito grande, tanto para mim quanto para a UFRJ, pois isso espelha um pouco da nossa dedicação.” 

Para concorrer ao prêmio é preciso seguir alguns passos. Primeiro  é preciso se familiarizar com as regras da competição, depois realizar o cadastro no site da Câmara Brasileira do Livro. Após o cadastro, é preciso fazer a inscrição de sua obra, selecionar uma categoria e realizar o pagamento. A seguir, a equipe do Prêmio Jabuti realiza uma pré-análise das obras inscritas para verificar se atendem aos requisitos do regulamento, para então iniciarem as avaliações que determinarão os finalistas de cada categoria. Por fim, há uma votação para a escolha do vencedor de cada categoria. Além do troféu, o autor receberá um prêmio no valor bruto de R$5.000,00 (cinco mil reais), deduzindo encargos legais.

Rafael Ris-Ala participou do encontro online do Clube da Escrita do Centro de Tecnologia, que ocorreu no dia 8 de maio, para falar sobre o livro recém lançado. Em uma conversa leve e animada sobre os principais pontos da obra, Rafael respondeu a perguntas de diversos alunos que assistiram a transmissão e falou também sobre suas motivações para escrever o trabalho. O encontro foi mediado por Iris Guardatti, da equipe de Integração Acadêmica da Decania do CT e coordenadora do Clube da Escrita, e a live está disponível no canal do YouTube do CT, confira abaixo: 

Sobre a obra

“Metodologia de Pesquisa em Engenharia de Software” é um livro voltado para o público acadêmico e que trata de forma didática todo o processo de produção científica. Dividido em quarenta e dois capítulos, a obra não só auxilia o estudante a elaborar seu plano de pesquisa, mas também apresenta os caminhos de como conduzir os principais métodos de pesquisa em Engenharia de Software, além de fornecer dicas de escrita e dinâmicas práticas.

Um dos principais focos da obra é a  divisão do ciclo da produção científica, ou seja, as cinco etapas: definição, execução, redação, publicação e divulgação.