Carlos Frederico Rocha enfatiza, por exemplo, que árvores não serão derrubadas
Por Victor França – Fonte: www.ufrj.br
O reitor em exercício da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Carlos Frederico Rocha, publicou artigo nesta terça-feira, 28/2, no jornal O Globo, em que frisa compromissos ambientais e sociais da Universidade acerca da construção do “novo Canecão”. Entre eles, está o de que árvores no campus Praia Vermelha “não serão derrubadas”, e sim “preservadas”.
Em “UFRJ Derruba Muros”, Rocha reconhece que “a devolução de um patrimônio imaterial da cidade, construído pela classe artística e a população, é uma antiga dívida da Universidade com o Rio”. Afirma, também, que os muros que cercam o terreno serão eliminados: “O objetivo final do projeto é derrubar muros que cercam o saber e a cidade”. O reitor em exercício lembra, ainda, que editorial do próprio jornal, veiculado em 14/2, classificou como benéfico o movimento da Universidade para retirar o espaço do ócio. Pelo menos por 30 anos, que é o período de concessão.
“Além de fornecer um espaço cultural de médio porte, a concessão proverá uma área de recreação e passeio para a população. A área onde existe um corredor de passagem de automóveis será um local de recreação”, diz Rocha, que também prevê o surgimento de um polo cultural e gastronômico na região, além da “retomada do potencial cultural da cidade”. Para o reitor em exercício, “a construção do espaço possibilitará a circulação de pessoas e ensejará aperfeiçoamento da iluminação na área e oportunidades para o comércio local, possibilitando a geração de empregos diretos e indiretos, com a realização de atividades comerciais”.
O artigo ressalta que o objetivo central da parceria é “fornecer à UFRJ um conjunto de melhorias para o desenvolvimento de suas atividades-fim”, ligadas a ensino, pesquisa e extensão. Rocha frisa que a própria instituição terá direito ao uso do “novo Canecão” e do teatro de bolso, que envolverá o Espaço Ziraldo. A UFRJ terá direito a 95 dias de uso no ano para um salão de exposições na edificação principal. “Ali, poderão ser expostas coleções itinerantes do Museu Nacional e mostras científicas da UFRJ e de seus parceiros, como a Fiocruz, ou seja, um espaço de cultura e ciência”, sublinha, destacando que serão produções gratuitas à população.
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UFRJ Derruba Muros
Universidade desenvolverá atividades culturais e artísticas em área do antigo Canecão
No dia 2 de fevereiro, foi realizado o leilão para a cessão de parte do terreno da UFRJ na Praia Vermelha, incluindo a área onde antes estava localizado o antigo Canecão. A devolução de um patrimônio imaterial da cidade, construído pela classe artística e a população, é uma antiga dívida da universidade com o Rio. O resultado do leilão foi divulgado pela mídia e festejado em muitos círculos. Editorial do GLOBO, publicado em 14 de fevereiro, destacou que o movimento é benéfico para o Rio e o Brasil. No entanto, dois dos principais impactos do projeto não têm sido enfatizados e merecem destaque, pois se referem a compromissos ambientais e sociais.
São 15 mil metros quadrados de área concedida, mas apenas 30% da área pode ser construída. Não serão derrubadas árvores. Ao contrário, serão preservadas. Como os muros que cercam o terreno devem ser eliminados obrigatoriamente, haverá livre acesso a ele. Assim, além de fornecer um espaço cultural de médio porte, a concessão proverá uma área de recreação e passeio para a população. A área onde existe um corredor de passagem de automóveis será um local de recreação. A interação com os dois shoppings na vizinhança, Shopping Gourmet e Rio Sul, possibilitará o surgimento de um polo cultural e gastronômico. Se a segurança do entorno for acompanhada pela prefeitura do Rio, poderemos vislumbrar a revitalização e a valorização dos bairros do entorno, marcando uma retomada do potencial cultural da cidade. Além disso, a construção do espaço possibilitará a circulação de pessoas e ensejará aperfeiçoamento da iluminação na área e oportunidades para o comércio local, possibilitando a geração de empregos diretos e indiretos, com a realização de atividades comerciais.
O principal objetivo desta parceria é fornecer à UFRJ um conjunto de melhorias para o desenvolvimento de suas atividades-fim. São cerca de 5 mil estudantes que circulam pelo campus Praia Vermelha diariamente, além dos técnicos-administrativos, docentes e terceirizados. A edificação de novas salas de aula, incluídas na coleção de contrapartidas, ficará ao lado da área do antigo Canecão. Isso permitirá o movimento de uma população com alta diversidade na área.
Mais importante: a UFRJ trará para o local suas atividades culturais e artísticas. A universidade terá direito de utilização da sala principal do espaço cultural por 50 dias no ano e 270 dias de uso do teatro de bolso que envolverá o painel do Ziraldo, batizado preliminarmente de Espaço Ziraldo. Cursos de música, dança, direção teatral e outros da Escola de Belas Artes encontrarão ali um local para potencializar e integrar suas atividades, tendo também a possibilidade de apresentá-las ao público. Somam-se a isso 95 dias de uso de um salão de exposições que deverá existir na edificação principal. Ali, poderão ser expostas coleções itinerantes do Museu Nacional e mostras científicas da UFRJ e de seus parceiros, como a Fiocruz, ou seja, um espaço de cultura e ciência. Portanto, durante o ano, produções da instituição serão disponibilizadas gratuitamente à população, compondo o tripé universitário: ensino, pesquisa e extensão.
Assim, o objetivo final do projeto é derrubar muros que cercam o saber e a cidade. Contaremos com a participação da prefeitura do Rio e de autoridades culturais do país para tornar esse potencial uma realidade.