Estudantes da Escola Politécnica levam os conhecimentos da faculdade para a Alerj e participam de evento da ONU em prol da melhora da qualidade de vida local
Por Rebecca Henze – Setor de Comunicação/CT
Buscando colocar o conhecimento técnico da Escola Politécnica da UFRJ em prática, três amigos começaram o projeto “Engenhando a Cidade” em 2019. Com soluções simples para problemas do dia a dia, os moradores do bairro da Ilha do Governador começaram a apresentar propostas de baixo custo que contribuíssem com políticas públicas para a melhoria da qualidade de vida local.
Dessa forma, Severino Virgínio, Francisco Victer e Yan Monteiro se uniram de forma orgânica e buscaram expandir suas atuações para além das atividades propostas pela universidade: “Uma forma de devolver em certa medida para sociedade aquilo que nós recebemos como conhecimento na nossa graduação, que é em uma universidade pública”, contou Yan. Os alunos contam com apoios pontuais de professores que marcaram sua trajetória acadêmica, mas o projeto não tem vinculação com a UFRJ.
Com propostas relacionadas desde o lazer, até a segurança no trânsito e cuidado das praias do bairro, os amigos levaram suas ideias até a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj): “A realização mais impactante sem dúvida foi o projeto de lei que nós aprovamos via ‘legisla aqui’ – um aplicativo da Alerj que permite que pessoas comuns possam ter as suas propostas legislativas colocadas em discussão. Foi o Projeto de Lei das Composteiras nas Escolas (Lei 9.897/22), que prevê em até 24 meses a instalação de composteiras orgânicas para os resíduos das merendas escolares em toda rede estadual.” O Projeto de Lei foi replicado no município do Rio de Janeiro e alcançou um impacto maior do que o esperado.
Além disso, na última terça-feira (5/9), os estudantes receberam a notícia de que o “Engenhando a Cidade” foi incluído no Circuito da ONU Habitat – evento que estimula o debate entre países, cidades e cidadãos sobre a melhora da qualidade de vida nos centros urbanos – onde irão atuar ao lado de outros projetos para a conscientização dos problemas e das soluções sustentáveis para a poluição na Baía de Guanabara.
Neste ano, o tema do encontro será “Investindo em futuros urbanos: cooperação para resiliência do Sul Global” e os três alunos estarão presentes, ao lado de professores da Escola Politécnica, em um workshop sobre: “As melhores formas de se criar uma estrutura de Voluntariado Ambiental e organizá-la de modo a gerar desenvolvimento social e contribuir, de forma local, com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 11 e 15 da ONU.”
O evento será realizado no Corredor Esportivo, na Ilha do Governador, e o eixo temático é a economia circular. Segundo Severino, o objetivo do projeto durante a apresentação será: “trazer uma nova visão de como os indivíduos podem impactar o uso dos recursos e a gestão deles.”
Quando perguntado sobre os novos projetos, Yan explica que estão sendo pensados com cautela e adianta que serão similares em objetivos e em método aos anteriores. “A gente vai seguir estudando formas de melhorar a nossa cidade, ou engenhar a nossa cidade, ainda resolvendo problemas de forma simples, eficaz e com alto retorno pra sociedade”, conta.