Escola Politécnica da UFRJ entrega medalha comemorativa de 150 anos e firma parceria com Instituto Reditus para apoio a estudantes e projetos

Ações reforçam o legado de uma das escolas de Engenharia mais antigas do mundo ao mesmo tempo em que busca responder aos desafios da inclusão social e da excelência na formação

Por Max Milliano Melo – Fonte: www.ufrj.br

A Escola Politécnica (Poli) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) homenageou pessoas e instituições que contribuíram significativamente para sua trajetória de 150 anos de existência entregando uma medalha comemorativa em um evento, na quinta-feira, 28/11, na sede do Clube de Engenharia. Na mesma ocasião, foi oficializado um termo de cooperação com o Instituto Patrimonial Reditus, criado por ex-alunos da Poli. O acordo contempla o financiamento de projetos acadêmicos, a concessão de bolsas para estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica e a implementação de programas de mentoria e orientação.

Fundada em 1792, portanto há 232 anos, a unidade acadêmica nasceu como Real Academia de Artilharia, Fortificação e Desenho do Rio de Janeiro, um centro de formação de Engenharia para militares. Foi apenas em 25 de abril de 1874 que ela foi transformada, por um decreto imperial, na Escola Polytechnica do Rio de Janeiro (então, grafada com “y” e “h”), passando a oferecer formação à sociedade civil. “A história da Poli é uma história de muitas mudanças, que acompanham as mudanças do próprio Estado brasileiro”, afirmou a diretora da Poli, Cláudia Morgado.

Quando a UFRJ foi criada, em 1920, a Escola Politécnica integrou seu núcleo inicial, ao lado da Faculdade Nacional de Direito (FND) e da Faculdade de Medicina (FM). “Nós nos orgulhamos de um passado brilhante. Nos orgulhamos de tudo o que a nossa universidade já fez, está fazendo e fará não apenas para o desenvolvimento econômico nacional, mas também para o desenvolvimento social, cultural, político e ambiental”, afirmou o reitor da UFRJ, Roberto Medronho, ao defender o papel fundamental das universidades no projeto de desenvolvimento nacional. “Nós precisamos, cada vez mais, da ciência, da tecnologia e da inovação para que possamos efetivamente atingir a verdadeira autonomia”, defendeu.

Uma medalha especial foi cunhada pela Casa da Moeda e entregue a 50 instituições que contribuíram de maneira especial para o desenvolvimento da Engenharia brasileira e da própria Poli no último século e meio.

Medalha comemorativa dos 150 anos da Escola Politécnica da UFRJ | Foto: Fábio Caffé (SGCOM/Divulgação)

No anverso da medalha, há imagens em destaque do antigo prédio da Escola Politécnica da UFRJ, situado no Largo São Francisco, onde atualmente funcionam os institutos de História (IH) e de Filosofia e Ciências Sociais (Ifcs), e também de Visconde de Rio Branco, juntamente com as seguintes legendas: 150 anos do primeiro estabelecimento civil para o ensino de Engenharia; Visconde do Rio Branco; e Escola Polytechnica, com as datas de 1874 e 2024.

Entrega de medalhas aconteceu no Clube de Engenharia | Foto: Fábio Caffé (SGCOM/Divulgação)

Acordo

Além da entrega das medalhas comemorativas, também foi assinado o acordo com o Instituto Patrimonial Reditus. Entre as ações promovidas pelo Instituto, destacam-se o Edital de Inovação, que já destinou mais de R$ 750 mil para projetos acadêmicos, e a Bolsa Reditus, lançada em 2023, voltada a alunos cotistas em vulnerabilidade social. A parceria com a UFRJ busca ampliar esses programas e fortalecer o impacto positivo das iniciativas no âmbito acadêmico.

O Instituto Reditus, fundado em 2019, teve origem em 2011, quando Daniel Spilberg, então aluno da Escola Politécnica, recebeu uma bolsa de intercâmbio para estudar na França. Após retornar ao Brasil, Spilberg repassou a oportunidade para outro estudante, Raphael Sodero, que deu continuidade à iniciativa, gerando uma rede de apoio que culminou na criação do Instituto.

Desde então, o Reditus adota o modelo de endowment — fundos patrimoniais amplamente utilizados por universidades nos Estados Unidos — para promover a educação e apoiar a permanência de estudantes na UFRJ. O sistema funciona a partir da criação de um fundo financeiro com doações de egressos da Poli. São os rendimentos desse fundo que financiam as ações do Instituto.

Felipe Berger, presidente da organização, ressaltou que a parceria reforça o compromisso dos ex-alunos com a transformação social por meio da educação. “Com a parceria, permitimos que todo ex-aluno consiga retribuir a educação que recebeu da sua melhor forma. Juntos, vamos unir esforços para apoiar alunos e professores através de editais de inovação, programas de mentoria e bolsas de auxílio financeiro”, disse.

Acordo com a UFRJ vai possibilitar a ampliação das ações do Instituto Reditus | Foto: Fábio Caffé (SGCOM/Divulgação)