Fundada em 1881, instituição histórica aproxima o público da Astronomia
Por João Guilherme Tuasco – Fonte: www.ufrj.br
Primeira instituição a oferecer graduação em Astronomia no Brasil, o Observatório do Valongo (OV) da UFRJ tem tentado aproximar a sociedade da área. Para isso, são promovidas sessões astronômicas em que é possível contemplar os astros através de telescópios, com o auxílio de professores e estudantes do curso. A atividade é gratuita, aberta ao público e ocorre todas às quartas-feiras, das 18h30 às 21h30, no campus da unidade, no Centro do Rio. A observação faz parte do projeto de extensão Observatório do Valongo de Portas Abertas e depende das boas condições do tempo.
Os visitantes têm a oportunidade de conhecer telescópios históricos, observar o céu e conversar com astrônomos e estudantes do Observatório do Valongo para conhecerem mais sobre a Astronomia. A visitação noturna recebe em média 40 pessoas a cada semana e não precisa ser agendada, com exceção das excursões escolares. Para Daniel Mello, coordenador do projeto e responsável pelas sessões, o número é ideal para promover uma experiência de qualidade:
“A gente precisa dar atenção para as pessoas. Elas precisam se sentir acolhidas e obviamente aproveitar toda a sessão de observação”, afirma o coordenador.
No campus do Valongo, existem telescópios históricos: o Pazos, de 1880, que data antes mesmo da existência da instituição; o Cooke & Sons, de 1910; e o Zeiss, de 1970. Daniel destaca que a equipe fica “muito feliz de ter telescópios com tanto valor histórico no acervo do Valongo”. Nas sessões astronômicas, o telescópio mais recente tem sido utilizado para observar os astros.
Além da visita noturna para observação, é possível conhecer o campus, o acervo museológico, as cúpulas e outros espaços do Observatório de terça a sextas-feira, das 13h às 16h. É preciso agendar o passeio pelo e-mail: extensao@ov.ufrj.br.
A instituição
O Observatório do Valongo é o segundo observatório mais antigo do Brasil em funcionamento. Fundada em 1881, a instituição estava ligada à Escola Politécnica, em vista da necessidade do uso da Astronomia para orientação em Terra com base na posição dos astros. O Observatório Astronômico da Escola Politécnica ficava no Morro de Santo Antônio, mas, com as reformas urbanas do Rio de Janeiro no século XX, foi transferido para o Morro do Valongo, atual Morro da Conceição, na Ladeira do Pedro Antônio, n° 43 .
Em 1967, o Observatório do Valongo foi incorporado à Universidade Federal do Rio de Janeiro e hoje é uma unidade vinculada ao Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza (CCMN). A instituição foi pioneira na formação em Astronomia no país, oferecendo o primeiro curso de graduação em 1958. Por 50 anos, foi a única a conceder o diploma de bacharel na área, até a Universidade de São Paulo (USP) abrir seu curso, em 2008.
Oferecendo uma formação completa em Astronomia, que vai da graduação ao doutorado, o Observatório conta com 15 professores, todos engajados na divulgação científica por meio da extensão universitária. Segundo Daniel Mello, o Observatório do Valongo é “uma das unidades que mais participa ativamente da extensão no CCMN”.