Liderados pelos professores da Politécnica-UFRJ Rossana Thiré e do IMA/UFRJ Marcos Lopes Dias, pesquisadores entendem que o produto é capaz de auxiliar em tratamentos de úlceras diabéticas, úlceras venosas e lesões por pressão
Por Escola Politécnica da UFRJ – Fonte: www.poli.ufrj.br
Pesquisadores da Rede de NanoSaúde do Estado do Rio de Janeiro, liberados pela professora da Escola Politécnica da UFRJ e também coordenadora do Laboratório de Biopolimeros e Bioengenharia Rossana Thiré e pelo professor do Instituto de Macromoléculas da UFRJ Marcos Lopes Dias criaram uma alternativa para os curativos comuns. Trata-se de um novo produto, desenvolvido com nanofibras e a incorporação de um fármaco à base de folhas de uma planta muito utilizada na medicina popular nas Américas. O artigo com os resultados da pesquisa foram publicados em edição da revista internacional Pharmaceutics.
“A vantagem deste tipo de curativo é que além de servir como barreira protetora, também mantém a umidade da ferida e tem capacidade de absorver o resultado e favorece migração de células saudáveis para o local do ferimento. O curativo libera de forma controlada o extrato de tansagem, que possui atividade antioxidante, analgésica e microbiana, características atribuídas a sua composição farmacológica rica em ácido cafeico, flavonoides e terpenoides”, explica Rossana, eleita recentemente como vice-presidente da Sociedade Latino-Americana de Biomateriais e Órgãos Artificiais (Slabo) para a gestão de 2023-2025.
Ela conta que a pesquisa é fruto da tese de doutorado do aluno do Programa de Engenharia Metalúrgica e de Materiais da UFRJ Javier Mauricio Anaya Mancipe e está numa fase pré-clínica e que os biomateriais estão sendo avaliados por ensaios in vivo em camundongos. Testes in vitro comprovaram que os filmes nanoestruturados de PCL (policaprolactona) com tansagem tem potencial para serem utilizados como biocurativo para feridas crônicas para o tratamento de úlceras diabéticas, úlceras venosas e lesões por pressão.
Rede NanoSaúde – É uma das redes de Nanotecnologia apoiada pela Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ). Conta com especialistas das áreas de engenharia de materiais, química, física, biologia, farmácia, medicina e odontologia de universidades e centros de pesquisa do Estado do Rio de Janeiro. A rede atua em todas as fases de desenvolvimento de um nano produto, desde o seu desenho, a síntese e o processamento, a caracterização físico-química na multiescala (macro, micro e nanométrica) até as avaliações de eficácia e segurança, pré-clínicas e clínicas, tendo como referência o sistema regulatório brasileiro e internacional.