No dia 28 de outubro é celebrado o Dia do Servidor Público
Por Tassia Menezes – Fonte: www.ufrj.br
Muitos estereótipos pairam em torno da imagem do que é ser servidor público. Enquanto que, de um lado, pessoas idealizam a função e seus pontos positivos, como a estabilidade, de outro, há aqueles que generalizam com um olhar negativo sobre esses profissionais, muitas vezes vistos, inclusive, como ociosos. E se buscássemos um olhar mais apurado sobre essas pessoas que ajudam o país a caminhar?
Desde a realização de pesquisas internacionais até o simples ato de tirar um documento, o servidor público está presente na vida do brasileiro em diferentes âmbitos. Na lista, estão professores, médicos, enfermeiros, advogados, jornalistas, profissionais de laboratórios, de setores administrativos etc., que atuam em universidades públicas, hospitais, instituições judiciárias, pólos de pesquisa, entre outros locais.
No dia 28/10, é celebrado o Dia do Servidor Público, data instituída há 79 anos para homenagear essa função originada na França no início do século XX. Já no Brasil, foi durante o governo de Getúlio Vargas que sua regulamentação foi realizada. Hoje, os profissionais dessa área trabalham em diversas instituições governamentais. Só na UFRJ, são mais de 15 mil atuando, entre professores e técnicos-administrativos.
Um dos pontos que, ao longo dos anos, atraiu pessoas a se tornarem servidoras foi a segurança oferecida pela estabilidade. Exemplo disso é o recém-empossado servidor Djalma Pereira, de 28 anos, formado pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) em Agroecologia. O jovem, que também tem mestrado e doutorado na Universidade de Viçosa, em Minas Gerais, conta que seu sonho é ser professor. Como se formou no meio do período pandêmico, o agroecologista achou que poderia demorar muito até assumir as salas de aula e encontrou no serviço público uma resposta mais imediata, em meio a um cenário de crises e desemprego.
“Eu queria ter essa estabilidade do serviço público”, ele aponta como um dos motivos para ter escolhido seguir como servidor. Hoje, após um período dedicado aos estudos para ser aprovado em concurso, Djalma trabalha como assistente em administração da Universidade no Instituto de Biologia, o que por si só já é motivo de muita alegria e celebração. “Só de estar nesse ambiente, que, além de ser universitário, tem uma certa relação com a minha formação acadêmica, tem animado ainda mais o meu trabalho aqui”. Ele ainda sonha em se tornar professor, mas, por enquanto, comemora o cargo que recebeu em setembro.
Pessoal superqualificado
Na UFRJ, chama a atenção o número de servidores, em especial de técnicos-administrativos, com qualificação acima da exigida pelo cargo em que atuam, como é o caso de Djalma. Seu concurso exigia ensino médio concluído; no entanto, ele conta com um doutorado em seu currículo. Além de demonstrar a competência dos profissionais da instituição, tal característica aponta também para uma questão maior, que envolve a relação da sociedade com o mercado de trabalho.
Para Djalma, um dos principais benefícios do serviço público é o fato de os servidores responderem a um sistema regido por uma legislação, em vez de dependerem de um único chefe. Regidos pela Lei 8.112/90, eles têm bem estabelecidos seus deveres, direitos e a ética que devem ter como representantes do Estado, além de garantias salariais que podem ser adquiridas. “Se temos boas condições de trabalho e uma remuneração legal, conseguimos estar mais motivados para fazer um trabalho ainda melhor. E isso vai se refletir em toda a educação, com os professores, com os alunos e com a própria sociedade”, reforça o assistente-administrativo.
A função central do servidor público, como o próprio nome indica, é a prestação de trabalhos à sociedade. Ainda assim, a despeito das críticas que a categoria recebe, Djalma não se arrepende de ter encarado os desafios, se mudado para o Rio de Janeiro e saído de sua zona de conforto. Entre atas de reuniões, escaninhos e uma rotina muito organizada, o assistente-administrativo vê no seu dia a dia a realização de um sonho e a luta pela valorização da classe. “A gente precisa defender o serviço público, a universidade e a educação. Nossa função, além de fazer um bom trabalho, é disseminar a importância desses pilares”, conclui Djalma.